Novos ambientes de trabalho
Nesses últimos tempos muito tem se falado sobre qualidade de vida em um âmbito mundial, mas o tema é muito abrangente.
Qualidade de vida diz respeito a uma série de temas que também se relacionam com outros muitos temas.
Mas poucas pessoas no mundo conseguem perceber o quão importante é o papel da arquitetura e urbanismo no dia a dia das pessoas.
Talvez seja a sina de que os arquitetos estejam sujeitos o fato de trabalhar muito, mas não serem notados. De qualquer forma isso não nos tira por completo o prazer de entregar qualidade de vida aos parques, às salas de cinema, aos passeios públicos, nos espaços de trabalho ou no próprio lar.
Mas há uma área em específico que nos últimos tempos o discurso é justamente o de preocupar-se com a qualidade de vida das pessoas nos ambientes de trabalho corporativo, principalmente em empresas de médio à grande porte. Trabalhei em empresas de médio e grande porte fazendo justamente as reformas de layout e o critério era sempre o mesmo como prioridade: “o custo”.
Hoje trabalhando com projetos de escritório para diversas empresas de tamanhos diversos, posso perceber que as empresas entenderam que a qualidade de vida das pessoas faz o trabalho render mais, diminui a incidência de problemas relacionados a saúde física e mental e faz com que haja menor rotatividade de funcionários.
Os espaços físicos hoje contam com áreas destinadas à descontração e ao descanso, haja vista que passamos muito tempo dentro da empresa seja em função do próprio trabalho ou a resistência em circular nas cidades em horários de rush fazendo com que passemos maior tempo dentro das empresas.
Com isso, cresce a busca por certificações que relativizam o bem-estar das pessoas dentro das empresas e geram conceitos que por sua vez determinam como os projetos arquitetônicos serão desenvolvidos sem diminuir a criatividade do arquiteto que pode ser valer de uso de estilos, cores e outros artifícios que humanizam os ambientes.
É certo que a motivação de as empresas aderirem a essa busca por ambientes mais harmoniosos ainda diz respeito ao lucro que elas conseguem obter mantendo esses locais de trabalho com um clima melhor, mas talvez seja esse o belo encontro entre a necessidade e a oportunidade de que se pode valer. Nesse novo cenário o arquiteto deve buscar adaptar-se as novas demandas e continuar estudando o comportamento do ser humano e como ele se relaciona com os ambientes de trabalho.
Eu particularmente celebro essa mudança como uma conquista que o tempo nos trouxe onde todos ganham com essa mudança de paradigma. As empresas enfim entenderam que os arquitetos têm muita serventia nos projetos corporativos.
A neurociência também é um campo atualmente bem explorado e tem total aderência aos projetos de arquitetura para escritórios, mas esse pode ser um tema para uma próxima oportunidade.
Foto https://pixabay.com/pt/photos/escrit%c3%b3rio-sala-de-estar-executivo-730681/